I. Metáfora



Falavam por horas e horas sobre carências e asas, perdas e falhas. Falavam de tudo; eram duas páginas do mesmo livro – quando o mundo fechava o livro para descansar os olhos, eles, as páginas, ficavam sempre juntos, peito com peito, abraçados. Ela era a catorze, que começava com uma frase simples sobre o quanto as ervilhas demoraram a crescer naquele ano, e ele a quinze, que era um monólogo pequeno sobre as ervilhas e o mau tempo que as tinha atrasado.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando for grande, vou escrever um...
L.C.