V. Sublime






Naquela rua erma, de direcção vaga, havia uma casa em adobe, com um jardim cinzelado pela mão divina de alguém que passa o tempo entre ilusões, sorrisos e coisas doces.
Dentro da casa, os tapetes rasgados provavam isso mesmo. A sua ilusória existência. Os jogos de porcelana, cuidadosamente pintada à mão, que jaziam, quebrados, no chão, gritavam que ali o terror era enorme.
E eram tantas as palavras que ficavam por dizer, à porta daquela casa, quando as macieiras estavam em flor, que nem ele se arriscava a mostrar mais do que o jardim.
E viva na sublime mentira de sobreviver. 

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L.C.