XIV. Branco

Tens as mãos geladas e os dentes cerrados. O olhar posto em debandada, arrepiado. Arregalas os olhos, admirado com a corrente selvagem das águas deste rio em que nos afogamos. Tudo o que leio em ti é loucura e marcas de café e a necessidade de fazer o teu mundo correr tão avidamente quanto este mesmo rio que vibra sob os nossos pés. A necessidade de fazer o teu céu tão claro e tão leve quanto o fumo do teu cigarro, nesta manha fria. A necessidade de fazer chuva (e eu que a entendo tão bem) e de criar algo intemporal.
Porra - dizes-me -, é tudo tão rápido.

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L.C.