XXIX. Proteger

Abro o armário e o teu cheiro ainda reside na madeira de pinho. Os teus poemas, colados ao espelho da porta, ainda me envolvem, como prolongamentos dos teus dedos, selando o espaço que me cerca. Os lençóis sujos ainda jazem no chão. Todas as tuas memórias, esqueletos de ti, me protegem de voltar ao mundo que me foi tirado na tua hora.

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L.C.