XXVI. Surpresa



Resvalava na enfermidade dos dias, todos as manhãs, perdida entre cappuccinos nas ruas estreitas, de óculos negros. Já não era, para ela, uma surpresa ver a necessidade com que o rapaz de camisa vermelha axadrezada fumava, pela manhã, à porta do liceu. Habituara-se a ele e aos olhares cúmplices que lançavam, como se se lessem sem querer. Gostavam-se assim, longe e em silêncio. Como duas lagoas siamesas. 

4 comentários:

Mel disse...

resp: A 'Melinda' é das minha actrizes favoritas, para não dizer A favorita

Jéssica Cardoso disse...

o amor é silencioso e vulcânico de cor transparente. já te disse vezes sem conta, mas ler-te é amor.

Lúcia disse...

no que depender de mim vais ter todos os comentários do mundo :p

Euterpe disse...

Esse texto podia ser meu com uma palavra trocada: * à porta do camarim.

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Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando for grande, vou escrever um...
L.C.