XIII. Traço





Uma das palavras mais belas que guardo no caderno preto: traço.
Das mais florais, ainda que cheias de traços hidropónicos. Das mais musicais, ainda que dissonantes e cheias de contratempos.
Envolvo as letras cuidadosamente para não te ferir a pele, como se o teu corpo fosse um mapa para a terra onde o amor não apodrece e o céu não amanhece. Um mapa ancestral cheio de marcas de estrelas que me guiam pelos caminhos letárgicos pós-orgasmo.
Nos traços do teu corpo, entranço o meu, atraída para o núcleo da rosa que manténs dentro de ti, em contagem decrescente para o final do sonho e início da vida abstracta. A verdadeira vida. No meu caderno preto, perdido entre traços convexos.

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L.C.