XII. Transmitir

Eu sei, de cada vez que o ar muda que não estou sozinha. A mediunidade emprestada revela-se tão assustadora quanto ineficaz. Excepto quando o ar muda por ti, minha doce borboleta.
O meu simples canteiro, quase seco, quase quê, é o teu Éden e, ainda que só na pele e nos ouvidos, eu vejo-te, como se duma bolha protectora te tratasses.
Lavanda, alfazema. Salsa, sálvia, rosmaninho e tomilho.
És dotada de sabedoria, ainda que tão pequena, minha doce borboleta. Transmites-me uma sensação vivamente paralela à nossa teia, tão rica que és, dentro do espelho, no jardim do fontanário, a dez degraus daqui.
Vou supor que estejas no País das Maravilhas. 

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Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando for grande, vou escrever um...
L.C.