X. Roda

Na roda gigante da letargia, mantenho-me suspensa, no ar, de cabelos ao vento e cigarro na mão. O vento bate a porta e sai: leva nos bolsos as cinzas incandescentes e, na mala, as rememorações dos olhos mais negros que as estrelas sonharam.
O torpor da noite consome-me os sentidos e os meus pés flutuam em direcção à lua, onde fica o fim do mundo.
Volto a olhar a terra batida do chão. O anel afasta-se novamente do solo e sei que estou mais próxima de ti. Presa nesta roda, sem nunca te tocar.

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L.C.