A Morte tocou-te e, frágil, tombaste nos meus braços. Ainda morna, antecipando o gelo de um corpo inerte, sem essência.
Mas em ti nascerão as mais belas tulipas, serás rodeada por borboletas e nascerás em cada maçã!
Conheces bem o Amor; esse fiz questão que guardasses para sempre... e estás no Céu agora. Estás a tomar conta de mim.
Fechaste os olhinhos na incubadora e foi como se o véu entre esta dimensão e o outro Mundo, de repente, se tornasse transparente. Não soube a qual pertencias, nem a qual me fizeste pertencer. Perdi a força nas pernas e caí no chão. Viste isso? Espero que não. Foi desesperante e mórbido e fez-me parecer uma desistente. E tu tiveste forças, por mim! Deixaste-te ficar comigo para me olhares uma última vez e deixares-me beijar-te uma última vez.
Foi tudo dito. Entendes as minhas palavras? Acho que sim. Acho que, secretamente, sussurraste-me que era o fim. A Mãe não ouviu. Ainda bem. Ela também te ama. Todos te amamos.
O meu peito será sempre o teu colo.
Amor, amor sempre, minha doce Borboleta. Até já!

7 comentários:

R disse...

Pungente... cada palavra investe a mensagem com uma força desmedida...

russian flower disse...

R: Talvez. Por vezes nem sei o que cada pessoa aparenta sendo que a falsidade é cada vez mais comum nos dias que correm e no meio dela torna-se até difícil encontrarmo-nos a nós mesmos.
With Love, RF

Unknown disse...

que texto mais lindo.
R:Obrigada.

Diana Fonseca disse...

Sinto muito. E cada palavra tocou-me. Foi forte!

Lúcia disse...

e que tal fazeres com que volte a brincar com o fogo?

Lúcia disse...

porque é que não pode?
muito obrigada, fico feliz por saber isso :)

Mariana Santos disse...

às vezes quando não sabemos onde buscar forças basta ler uma escrita destas... comecei a seguir **

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Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando for grande, vou escrever um...
L.C.