Era Outono e
a tristeza
Caía
naqueles lados,
Como se
dobrassem sinos
Com um toque
de finados.
O mundo
chamava a Alice
E ela sem
vontade de ir
Tão cedo
para estar amarga
Mais ainda
pra cair.
Talvez uma
só palavra,
Talvez uma
só missiva
Pudesse
mudar a agulha
Dum coração
à deriva.
Mas o
carteiro passou.
Nada deixou,
nada disse.
E o recado
não chegou.
Ninguém
escreve à Alice.
Ninguém
escreve à Alice.
Até que veio
o Inverno
Do seu
descontentamento
Que lhe
enregelou a alma
Com um frio
mudo e lento.
E uma noite
foi para a rua,
Com roupas
de ritual.
Ao longe
brilhavam néons,
Foi notícia
no jornal.
Talvez uma
só palavra,
Talvez um
simples recado
Pudesse
mudar a agulha
Dum coração
desvairado.
Mas o
carteiro passou.
Nada deixou
nada disse,
E o recado
não chegou
Ninguém
escreve à Alice.
Ninguém escreve à Alice, by Rui Veloso
Cada palavra... cada palavra traça
uma Alice tão triste quanto eu.
4 comentários:
um pouquinho sim, mas inocente
ora essa, de nada. e quando ao poema de Rui Veloso, aqui estou a escrever à Alice :)
Há quem deixe crescer a Nonô, há quem a mantenha criança.
é a escrita que nos faz sentir vivos, falo por mim, pelo menos :)
r: Também adorei o livro (:
tão belo e trágico
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Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando for grande, vou escrever um...
L.C.