ave amore: I

É um mistério, este, meio triste, meio alegre, o de gostar-te. O de olhar-te, sol d'alva, nas manhãs em que o orvalho me beija os ombros leves e me cai sobre os olhos – plumas – nas molezas de quem amou a lua por dentro. De lábios dormentes e pálpebras desejosas de florirem.
É um segredo, este, meio meu, todo nosso, o de sorrir-te, inocentemente, na nudez de quem solta os dias, e agarra os quereres, lascivamente, de unhas cravadas na pele...
A pele – esse véu fervente de tudo quanto um Homem guarda dentro de si. De tudo e… e de nós. De espaços intemporais e lábios vorticosos, entre suspiros sedentes de mares mais revoltos e de céus mais altos.
É assim que vives dentro de mim; é desta forma que te sonho; te vivo como se vive, sem se dar por isso.

Tua,

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Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando for grande, vou escrever um...
L.C.