Alice
It's dreamy weather we're on
You wave your crooked wand
Along an icy pond
With a frozen moon
A murder of silhouette crows
I saw...
And the tears on my face
And the skates on the pond they spell Alice
I'll disappear in your name
But you must wait for me
Somewhere across the sea
There's the wreck of a ship
Your hair like meadow grass
On the tide
And the raindrops on my window
And the ice in my drink
Baby, all that
I can think of is Alice
Arithmetic
Arithmetock
I turn the hands back on the clock
How does the ocean rock the boat
How did the razor find my throat
The only strings that hold me here
Are tangled up around the pier
And so a secret kiss
Brings madness with the bliss
And I will think of this
When I'm dead in my grave
Set me adrift and I'm lost over there
But I must be insane
To go skating on your name
And by tracing it twice
I fell through the ice
Of Alice
There's only
Alice
Þú ert á lofti, eru refur, eru sjómaður
Alguém me disse, na nossa praia, que não se ama uma pedra.
Não se prende a areia porque o mar a leva.
Vai e volta.
E ribomba outra vez, para levá-la de novo.
Shuááá…
phiii…
Shuááá…
phiii…
E o mar é um bicho difícil de ser amado.
Mesmo quando está sereno e tão imenso quanto o azul assustado dos
teus olhos imprudentes. Mesmo nesses dias, ele teima em não aceitar os meus
cabelos aclarados. Cospe-me! Despreza-me!
Quero esperar que te afogues para voltar a encontrar o teu olhar de
maresia, os teus cabelos de algas, o vendaval que se sentia, mas que cheirava a
sal e saúde.
Serás bom para os meus pulmões.
Serás bom para o meu coração.
Volúpia
No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
A sombra entre a mentira e a verdade...
Trago dálias vermelhas no regaço...
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
A sombra entre a mentira e a verdade...
Trago dálias vermelhas no regaço...
E do meu corpo os leves arabescos
Florbela Espanca, in Charneca em Flor
He
put his mouth close to her neck. Her smooth skin invited thoughts of lust. All the excitement that his hot breath promised
left her lips dry, her breathing cut and her nature wet, her intimate parts that,
for once or twice... Oh! For so many times, he has claimed as his. He was
her King, her Daddy.
Wasn’t
that the most sensual of the prophecies?
Shakespeare foi imprudente...
Não passo de
ruído. De um motim entre o aço e a pureza humana. Não sou mais do que a coroa
de espinhos que Alguém carregou por mim. Obrigada, mas foi inútil.
[Se é que
alguma vez o fizeste, de facto.]
Era bondade. Uma
bondade sorridente. E, de repente, relampejou em mim uma ânsia de eliminar a
infecção. Cortar o mal pela raiz. Derramar o sangue sujo na calçada portuguesa.
Ela, maculada,
serpentearia o seu cabelo loiro, pelas raízes da Mãe.
Ele, cadavérico,
seria perfeito, feérico. Seria o fim. Seria o fim dos amantes, do beijo. Seria
o meu.
Estou num abismo
vivo, em águas cavadas, uma prostração esgotante entre incertezas de metamorfose
lunar.
Perscruto a tua
face e não é minha. E isso cansa-me. Mais do que o que algumas vez possas
imaginar.
Amei-te por trezentas
vezes. Em formas aleatórias, em forma de A,
de forma pura. São estas as artes do amor...
E toda a gente se
esqueceu que antes de Juliet, existiu Rosaline. Aí me encontro.
Ladrão de figos secos
Acho que
funcionas mais ou menos com uma consistência negra.
Resistes, roubando-me sempre o último figo seco.
Demoras a anoitecer, não deixas que aconteça e cativas-me num crepúsculo dolente, eternizado.
Não flamejas, mas também já perdeste o azul ciano.
És qualquer coisa entre o cinzento e a nulidade cromática.
Resistes, roubando-me sempre o último figo seco.
Demoras a anoitecer, não deixas que aconteça e cativas-me num crepúsculo dolente, eternizado.
Não flamejas, mas também já perdeste o azul ciano.
És qualquer coisa entre o cinzento e a nulidade cromática.
És como um
mau cigarro:
um é muito e dez não são suficientes – o clímax da dor gritante, da lascívia humana.
um é muito e dez não são suficientes – o clímax da dor gritante, da lascívia humana.
O mundo visto daqui sabe melhor e soa a caixinha de música.
Daqui, visto-te de azul. És céu e é verão e não há nuvens! Jamais
as semearia em ti. Não!
Tens bandos de pássaros que bailam em espiral e chilreiam e
tens trinta e três vidas e folhas verdes.
És tão bonito...
É adorável como suportas tantos milénios de «Eu amo-te mais do que isto»…
O que mais queres que diga? Tudo em ti é adorável.