No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
A sombra entre a mentira e a verdade...
Trago dálias vermelhas no regaço...
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
A sombra entre a mentira e a verdade...
Trago dálias vermelhas no regaço...
E do meu corpo os leves arabescos
Florbela Espanca, in Charneca em Flor
1 comentário:
que lindo! adorei! ai meu deus que bonito!
ps: desculpa só responder agora linda, também gostei muito do teu blog, já sigo! :)
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Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando for grande, vou escrever um...
L.C.