Senti um sussurro na pele, como
um beijo de erva molhada sob as pontas dos dedos. Tremi. Deixei-me embalar por
aquele aperto. Sufoquei-me e senti vontade, de novo, de cravar no corpo a dor
que senti na alma. Quis respirar fundo mas senti-me, toda eu, feita de fumo,
capaz de desaparecer com um suspiro de andorinha. Cerrei os punhos e, sem que
me apercebesse disso, voltei novamente à paz. A dor não sossegara. Ainda estava
aqui. Ainda está. Porque o amor não morre. E é por isso que senti paz.
Conheço a fera dentro de mim. Sei
quando dorme e sei que, naquele momento, as portas da arena estavam abertas e
que eu morreria assim que me visse a um espelho. E já chorava e já me via nas
lágrimas que lhe caíam sobre o peito. Mas foi por ele que senti paz.
Pelo calor que, de repente, senti
aflorar nas minhas faces, nas minhas mãos. Pela ânsia de sangue que deixei de
sentir.
Sei que encontrei a saída de mim
mesma.
3 comentários:
Há uma coisa que não gosto no teu blog: o facto de não conseguir ver as actualizações no feed do blogger :/ Por não ver que há novidades esqueço-me de cá passar, o que é uma pena, porque adoro os teus textos.
Adorei o texto, tens imenso jeito para a escrita!
Criei um novo blog e gostava que passasses por lá, caso gostes segue! Eu segui o teu :))
Li**
Adorei o texto, tão lindo, tão profundo! :)
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Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando for grande, vou escrever um...
L.C.