É um mistério, este, meio triste, meio alegre, o
de gostar-te. O de olhar-te, sol d'alva, nas manhãs em que o orvalho me beija
os ombros leves e me cai sobre os olhos – plumas – nas molezas de quem amou a
lua por dentro. De lábios dormentes e pálpebras desejosas de florirem.
É um segredo, este, meio meu, todo nosso, o de sorrir-te,
inocentemente, na nudez de quem solta os dias, e agarra os quereres, lascivamente,
de unhas cravadas na pele...
A pele – esse véu fervente de tudo quanto um
Homem guarda dentro de si. De tudo e… e de nós. De espaços intemporais e lábios
vorticosos, entre suspiros sedentes de mares mais revoltos e de céus mais
altos.
É assim que vives dentro de mim; é desta forma
que te sonho; te vivo como se vive, sem se dar por isso.
Tua,