Os ventos transformaram-se em paredes. E em estranhas marés entranhadas espero o azul fogo. Os meus ossos estão frios. Lá fora, estará a esperança de prata, de pontes e de poetas loiros; de um mundo silencioso.
Escuta-o. Parece absoluto. Está a dormir.
Através das chamas, verei os líquidos da hibernação. Ao longe, toca um trompete. Dó… Ré. Si bemol... Dó. Si...
Electricidade: o teu polegar sobre o meu lábio.
Fragilidade: o chão foge-nos dos pés – estamos sobre cascatas. A emergência inextinguível dos jactos translúcidos de amor.
Nós e asas: à deriva, a flutuar sobre o mar. Cabelos, peitos e quadris.
A Via Láctea: as estrelas sobre nós. O teu orgasmo.
A profetisa púrpura: o Jardim de Éden.
Amanhã ao espelho: o breve momento em que me matas.
Luz nova
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