Chuva de Verão

Como um fenómeno te precipitas, 
Corres pelas ruas ensolaradas. 
E na tua passagem apressada, 
Não reparas nas flores 
Que brotam nas varandas. 
Vê como são leves, 
De todas as cores! 

Com ignorância, 
Vais correndo a par do tempo. 
Choveste na infância. 
Ainda choves, 
Acanhada chuva de Verão. 

Na margem onde viajas, 
Vais-te evaporando. 
E na terra onde entrares 
Voltarás às origens, à sombra. 
Sem que te apercebas, 
Não verás mais as flores. 

É inverno 

E só choves no Verão.

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L.C.