III. Romance

Romance é um livro que eu nunca abriria. Por ter medo; por ser uma fera desconfiada; por rugir à novidade.
Até que abriram um livro muito meu: Eu. Eu própria. Com todas as minhas páginas feridas, gastas, borratadas por lágrimas e manhãs de chá. Eu própria, com os meus cantos dobrados e com as frases que sublinhei na memória. 
Depois decidi que o romance não era um livro tão mau assim.
Desde então, que escrevo o nosso. 

II. Simbólico

Olhos lunares beijavam a força daquelas águas como se olhassem pela rebentação. Sopravam os beijos e acariciavam o sal, dando ao mar o azul esverdeado daquela noite.
Não!
Naquela noite, a água era feita de prata, como se todos os peixes nadassem nela, à sua superfície. Brilhava, rugia, sibilava. Por fim, sorria.
O mar sorriu à lua.
O mar sorria. 

I. C12H22O11

Março


Sou muito de Março. Sou de sangue de dias com sol quente, zunidos de abelhas, mas com brisa tão fresca, que é Inverno na minha sombra. Sempre, e em demasia. Que nasçam as flores e os pardais cantem. Que seja sempre Primavera na minha alma.