Permite-me apenas que viva do teu amanhecer, ao teu pôr-do-sol.
Deixa-me curar cada ferida tua, deixa-me regar as plantas e cuidar do peixe no aquário.
Sabias que só retém as memórias por três segundos? Por isso, de três
em três compassos, descobrirá que te amo.
O coraçãozinho do pobre bicho não entenderá o que isso é. O meu também
ainda não decifrou bem em que aurícula te guarda, mas que cá estás, estás.
E enquanto te
guardo no peito, pinto as paredes. O mesmo azul dos teus olhos, o mesmo ouro
virgem dos teus cabelos. Uma cor nova, por inventar. E vê as cores que tenho na
paleta! São tantas, meu amor, e são todas tuas.