XXII. Hábito

Hábito é... É acordar-te como quem faz uma flor desabrochar e saber de ti, como quem se vê ao espelho. Hábito é sussurrar-te mundos e fundos e conservar-te guardado entre véus e alvoradas e entre chuvas de nadas, como se o tudo fosse certo e o amanhã nascesse em ti, nos teus jardins e na ponta da tua caneta. Como se o mundo fosse sem que o quisesse, sem que se apercebesse disso e todas as coisas acontecessem sem que lhes fosse permitido, senão por ti, que te habituaste a ser todas as estações.

1 comentário:

Rosalina Silva disse...

Gosto muito Alice. Tu sabes...

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Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando for grande, vou escrever um...
L.C.